Anfavea negocia acordo automotivo Mercosul-UE
(28/10/03)
Assis Moreira, De Genebra
Um acordo automotivo entre a União Européia e o Mercosul está sendo costurado pelas entidades que representam as montadoras dos dois blocos, no âmbito das negociações regionais. A Anfavea acenou com a abertura do mercado brasileiro para a importação inicial de 60 mil veículos europeus livres de tarifas, em troca da eliminação de barreiras no mercado da UE.
Atualmente, os europeus só exportam 12 mil veículos para o Brasil, com taxa máxima, de 35%. Pelo sistema de quotas desenhado pela entidade, as importações sem tarifas de carros europeus aumentariam 10% ao ano. Os fabricantes europeus passariam a exportar 66 mil veículos sem taxas no segundo ano, até alcançar 142 mil unidades no nono ano. Quanto às vendas fora da quota, teriam a tarifa de 35% reduzida gradualmente até sua eliminação no décimo ano.
Em troca, a Anfavea quer da UE a abertura total do mercado comunitário. Significa a eliminação, imediatamente após a entrada em vigor de um acordo regional, da tarifa de 6,5% que incide sobre as importações de carros originários do Mercosul. Hoje, o Brasil exporta relativamente pouco para os europeus - dados da Anfavea mostram que no ano passado foram vendidos US$ 96 milhões em veículos, menos de 5% do total das importações feitas pelo setor.
Essa "primeira visão da indústria" foi apresentada por Elisabeth Carvalhaes, uma das diretoras da Anfavea, a representantes da Comissão Européia e da entidade representativa das montadoras na Europa. Um acordo precisaria contar, também, com a aprovação dos governos.
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